Após obter o SIF, a Unidade de Processamento de Polpa de Frutas do Cerrado, de Ubaí, está ampliando o projeto para atender os mercados institucionais.
BELO HORIZONTE (11/06/25) – Aproveitar as frutas do quintal de casa para fazer polpas foi a solução encontrada pela Comunidade de Gerais Velho, município de Ubaí (Norte de Minas), para aumentar a renda da comunidade. A Unidade de Processamento de Polpa de Frutas do Cerrado foi criada há 15 anos, mas a partir de 2023, com a obtenção do registro no Ministério da Agricultura, o projeto ganhou força e vem ampliando mercados.
A unidade de processamento de polpa de frutas pertence à Associação Quilombola de Gerais, que tem 65 agricultores familiares associados. Em 2010, a entidade foi contemplada com um projeto de beneficiamento de frutas e derivados do leite pelo Projeto de Combate à Pobreza Rural (PCPR). “O beneficiamento do leite não foi utilizado por não haver grande oferta da bebida na comunidade, porém as polpas de frutas eram produzidas no local e também nas propriedades dos sócios, sendo comercializadas informalmente”, diz a extensionista da Emater-MG, Arlene Mendes Pereira.
Cultura local
Mas o projeto não pode crescer sem a habilitação no Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura, que permite a comercialização dos produtos nos mercados institucionais. Para ter o selo, foram necessárias adequações tanto na estrutura (prédio e equipamentos), quanto na parte organizacional (alteração do Estatuto Social, elaboração do Manual de Boas Práticas de Fabricação, etc).
A associação contratou uma responsável técnica, que pediu apoio da Emater-MG para habilitar a unidade. “A Emater-MG orientou o grupo de trabalho responsável pelo processamento das polpas das frutas a adotarem os procedimentos do Manual de Boas Práticas de Fabricação e a executar, com eficiência, as ações descritas no documento”, explica Arlene.
A extensionista conta que, a partir do registro, o grupo orientado pela Emater-MG, criou uma imagem e um nome para as polpas de frutas (embalagens de 500 gramas). Em seguida, foram elaborados os rótulos para as polpas de acerola, manga, cajá, tamarindo, jenipapo, goiaba, maracujá e umbu. “São frutas do cerrado, que tem uma boa aceitação nas escolas da região, pois fazem parte da cultura local. O jenipapo e o umbu, por exemplo, são frutos do semiárido e são muito comuns nos quintais da comunidade”, conta a técnica.
A equipe local da Emater-MG, que conta ainda com o extensionista Carlos Everardo Mendes de Freitas, organizou reuniões com gestores escolares do município para a comercialização da produção das polpas através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e elaborou os projetos de venda para as chamadas públicas. Outra iniciativa no município é a unidade de processamento de quitandas, que também são vendidas nos programas governamentais.
Mercados institucionais
Em 2024, foram comercializados cerca de 1.700 quilos de polpas nas escolas estaduais da cidade e 500 kg nas escolas municipais. “As polpas são ricas em vitaminas e não contém na sua composição aditivos químicos ou açúcares adicionados. Além de oferecer alimentos seguros e qualidade para nossos alunos, o projeto tem gerado renda para os produtores do município. Por isso, queremos montar um viveiro de mudas para que a iniciativa possa crescer”, conta o secretário municipal de Agricultura, Hélio Ferreira Veloso.
Em 2025, a associação vem realizando as entregas para as escolas estaduais do município de Ubaí e aguarda a chamada pública municipal. A Emater elaborou ainda projeto de comercialização para as escolas estaduais de Brasília de Minas (município limítrofe) e as entregas já estão sendo realizadas, além de fazer um projeto para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), classificado em oitavo lugar no Estado.
A capacitação do grupo de trabalho de processamento das polpas é realizada anualmente, sob coordenação da Emater e com apoio da Prefeitura Municipal e Secretaria Municipal de Agricultura. “O projeto está engatinhando, mas acreditamos que vai crescer. Sonhamos em abrir novos mercados, mas temos dificuldade de ampliar a produção. Precisamos de placas solares para reduzir as despesas com energia, que está muito cara, e também ter uma câmara fria para armazenar as polpas. Temos esperança que as coisas fluam e estamos dedicando para conseguir essas melhorias”, ressalta o presidente da Associação Quilombola de Gerais, Xisto Martins Pereira.
Assessoria de Comunicação – Emater-MG
Jornalista responsável: Flávia Freitas
Fotos: Divulgação/Emater-MG
Atendimento à imprensa:
Tel.: (31) 3349-8024
E-mail: flaviasouza@emater.mg.gov.br
www.emater.mg.gov.br
Publicado em: 11/06/2025
Matérias Relacionadas
Compartilhe!