Apesar da queda de safra, produtores de Delfim Moreira apostam no plantio da araucária e no processamento do pinhão.




BELO HORIZONTE (30/06/25) – A produção de pinhão tem aliado geração de renda e preservação ambiental nos municípios da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas. Delfim Moreira, um dos maiores produtores da semente da araucária no estado (safra estimada em 500 mil quilos este ano), trabalha em ações que estimulam o plantio de árvores e devem aumentar a renda dos produtores.

O município tem cerca de mil hectares de araucárias produtivas. Quando amadurece, o pinhão cai, sendo recolhido pelos extrativistas. “Temos uma produção expressiva (60 kg por árvore e renda total anual de R$3,5 milhões). Esse manejo mantém o ecossistema natural e traz renda para os produtores”, salienta a secretária municipal de Agricultura, Joelma Pádua.

Segundo ela, há várias ações em desenvolvimento para o fortalecimento da atividade no município. “Temos uma parceria com a Embrapa Florestas e Avon para construir uma unidade processadora de pinhão, que vai permitir aos produtores ter novos produtos e oferecer a semente o ano todo, obtendo melhores preços. Na próxima safra, a unidade já deve estar em funcionamento”, conta Joelma.

Plantio de árvores

Outra iniciativa importante é o viveiro municipal. “O viveiro produz mudas de araucária enxertada, que são doadas para os produtores locais. Já temos mais de 400 araucárias plantadas com essas mudas”, conta o extensionista da Emater-MG, Túlio César Meireles. A empresa do Governo de Minas presta assistência técnica aos produtores da Associação Araucária, estimulando o plantio das árvores.

“O pinhão é uma fonte importante de renda, o que ajuda na preservação das araucárias. A prefeitura, em parceria com a Emater-MG, tem nos incentivado a plantar mais árvores. Também fazemos o Festival Gastronômico do Pinhão e, com a unidade processadora, a associação teremos vários produtos”, diz a produtora Mariana Sousa, da Associação Araucária. Atualmente, ocorrem ainda ações de conscientização ambiental nas escolas e, em outubro, haverá um seminário sobre araucárias no município.

Safra menor

A safra do pinhão no Sul de Minas inicia oficialmente em 1º de abril (Lei Estadual nº 15.915/2022). Mas esse ano, a temporada do pinhão, que vai até julho, encerrou em maio, devido a produção baixa. “Tivemos uma quebra de 50% de safra por questões climáticas. Os fortes temporais do começo do ano atrapalharam a polinização (a araucária fêmea produz a flor, que recebe o pólen da árvore macho pelo vento), além do calor estar mais intenso”, explica o extensionista da Emater-MG.

Com pouca oferta, o valor do quilo do pinhão teve uma forte alta, compensando as perdas de receita. “Por ser um produto da biodiversidade, o pinhão tem garantia de preços mínimos pela Conab.Temos 175 produtores/extrativistas, que pegam a subvenção, mas esse ano, os preços do pinhão saltaram de R$3 para R$6 o quilo e nem foi necessário o serviço”, diz Túlio.

No total, cerca de dois mil produtores realizam a atividade de colheita do pinhão todos os anos no estado. Além de Delfim Moreiras (2ª posição), os maiores produtores de pinhão de Minas (dado do Safra Agrícola da Emater-MG para 2024) são: Itamonte (1º lugar/1,2 tonelada), Alagoa (3º lugar/700 mil kg), Baependi (4º lugar/480 mil kg) e Marmelópolis (5º lugar/475 mil quilos).



Assessoria de Comunicação – Emater-MG

Jornalista responsável: Flávia Freitas

Fotos: Divulgação Emater-MG e Divulgação Prefeitura Municipal de Delfim Moreira (viveiro)

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E-mail: flaviasouza@emater.mg.gov.br

Publicado em: 30/06/2025



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