Agricultura familiar investe na ervilha de grão em Camanducaia

 

Famosa desde a experiência de Gregor Mendel (1822-1884), botânico austriaco estudioso de características hereditárias,  a ervilha é uma leguminosa de origem européia que oferece muitos benefícios à saúde. O grão possui em sua composição sais minerais como cálcio, fósforo, ferro, enxofre, potássio e cobre, elementos que são constituintes estruturais dos tecidos corpóreos, além de  reguladores orgânicos que controlam os impulsos nervosos. Também possui vitaminas A, B e C. Outras vantagens, além das nutricionais, é que a leguminosa tem grande valor comercial e não demanda grandes áreas para o plantio. Tais condições torna o cultivo dela adequado ao perfil da agricultura familiar.

O fato pode ser comprovado em Camanducaia, no Sudeste mineiro,  onde mais de 50 produtores do segmento, assistidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) de Minas Gerais, estão envolvidos na atividade.  O município tem hoje cerca de 80 hectares ocupados só pela cultura da ervilha de grão, e os produtores locais atendem principalmente a demanda do Estado de São Paulo.  Claro, isso acontece até pela proximidade geográfica. A capital paulista fica a 165 quilômetros de Camanducaia, enquanto a capital mineira fica a 400 quilômetros do município.

“A ervilha produzida em Camanducaia é da espécie Utrillo, que é importada e tem qualidade superior às demais, sendo utilizada in natura. Conduzida sob tutoramento, é uma cultura que  pode ser bem praticada pela agricultura familiar, pois não precisa de grandes áreas. Tem bom valor comercial, uma vez que agrega grande utilização de mão de obra  nos  desbastes, capinas e amarrios (estacas de sustento) freqüentes”, explica o engenheiro agrônomo da Emater-MG, Hélio João de Farias Neto. Segundo o extensionista, a ervilha de grão também produz o ano inteiro, mas tem de ser plantada no sistema de rotação,  intercalando o plantio com três a quatro ciclos de outra cultura,  para  evitar doenças e pragas.

Ainda de acordo o agrônomo da Emater-MG, as ervilhas de Camanducaia abastecem principalmente  a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e a Ceasa de Campinas. “Em média são produzidos cerca de 500 sacos de vagens por hectares (sacos de 10 quilos). O valor de comércio é muito bom. Cerca de R$ 20 a R$ 60 por cada saco de 10 quilos de ervilhas sem debulhar”, afirma. Hélio acrescenta que a cultura da ervilha de grão colabora para a diversificação na agricultura do município, onde já são destaques as lavouras de batata, brócoli, couve-flor e cenoura. “Assim o produtor rural consegue ter maior sustentabilidade no próprio agronegócio, o que dá mais segurança em épocas de grandes variações nos preços dos produtos rurais”, argumenta.

O produtor familiar Ronaldo Benedito Cardoso também confirma o bom retorno no plantio da leguminosa. “O plantio de ervilha é um bom negócio, pois  é uma cultura que produz o ano inteiro a um custo menor que outras.  Um quilo de semente rende 30 quilos de sementes, o que já diminui o custo de produção”, argumenta. Benedito informa que há seis anos investe na atividade e anualmente costuma ocupar até seis hectares de propriedade dele com a cultura do grão. A produção é toda vendida para a Ceagesp. Ele também revende a produção que compra de outros agricultores do município.


O extensionista Hélio João informa ainda que, mais dicas sobre o cultivo de ervilha em grão podem ser obtidas no escritório local da Emater-MG de Camanducaia. O telefone da empresa  no município é o (35) 3433-1630.


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Publicado em: 18/05/2011



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